Espera






Aonde está o sol deste mundo poente
nas esquinas das mentes ardentes
em cima dos muros dos olhos sombrios
guardado na vitrine das memórias decadentes
ou nos escombros das promessas demolidas
arrastado pelas enxurradas da solidão

Quem escondeu o sol do meu verão
afugentou minhas andorinhas
deixou morrer minhas plantações de alegrias
perfumadas esperanças, se perderam antes da colheita

Levaram o sol
sobrou  o frio, a escuridão,
ventania, mato seco e chuva fina
ondas revoltas, sem cores, sem controle
gente "al'dente", perdidos transeuntes
gélidos corações

Sol roubado, calado, disfarçado de raio de luar
noite longa sem dia prá acordar
hibernados, camuflados, sentimentos mofados
aguardando o sol nascente de uma era em aproximação

Maria de Fátima Méres Morais

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