UM RIO DE OLHAR
Um dia menino
sonhei ser um rio
profundo, largo
farto de peixes
matando a sede do gado
que boiadeiro levou
A correnteza do rio
pedra miúda lavou
mulheres ribeirinhas
muita história contou
Nas regiões áridas
sede e fome saciou
abrigo de espécies raras
no mar já desaguou
Ao longo do curso
por maus-tratos
tornei-me escasso
um fio de água
prestes a secar
Perdi meus encantos
virei espanto
acordei com um rio no olhar.
Por: Maria de Fátima Méres de Morais
Comentários
Postar um comentário