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Mostrando postagens de abril, 2017

MOMENTOS

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Hoje me veio a mente num relance uma lembrança antiga distante, querida Fui envolvida ou me envolvi e por um instante, viajei no tempo revi o sorriso o grito e o que senti naquele momento. Sentada, fascinada sem perceber a saudade roubou uma lágrima do meu olhar. Foi quando pensei e me dei conta foi a primeira e única vez que vi alguém aprender a andar. Por: Maria de Fátima Méres de Morais

GRATUIDADES

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Gratuidades são coragens verdades, amostras do coração pequenas vontades qualidade, identidade do ser-para-si e não em-si estender de braços ou de mãos ações e reações de ser-no-mundo ser com-o-outro ser possível ser imprevisível ser sensível ser mudança ser amigo ser divino ser pensante ser transcendente ser carente ser mutante ser real ser normal ser distinto ser complexo ser diverso ser reverso ser confuso ser difuso ser insano ser estranho ser Humus ser Humano. Por: Maria de Fátima Méres de Morais

RECICLANDO

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A história nunca é como é em nossa memória Não é feita de começos e fins Mas de ciclos menores,  maiores, estreitos, largos acumulados em pontos distintos, formando símbolos, criando linguagens: do corpo, da alma, do espírito, da nossa vida e de outras vidas Aos poucos percebemos que o tempo não é relevante somos forjados do resultado das intercessões entre os ciclos e os ciclos dos ciclos dos nossos ciclos e de todos os ciclos que nos antecede, precede, perpassa Por ser cíclica nossa história não é linear nem constante é imprecisa, errante se contrai e se expande Indo e vindo através dos ciclos Refletimos, pensamos, planejamos... Muitas trocas acontecem dia a dia, apesar das escolhas, é sofrido chegar ao limiar das decisões, conflituosas ou não É a luta do ser para ser, para ter, para pertencer São as grandes ou pequenas coisas que levamos a vida inteira para entender O que não fazia sentido, agora faz todo o sentido O que eu não queria,  ago...

AMARES

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Amor casual não cabe no peito começa em janeiro termina em fevereiro antes do carnaval Amor fantasia pura alegria informal, opcional sem mudança ou cobrança deleite, relance romance não faz mal Amor passageiro passa ligeiro deixando de herança doces lembranças Amor bandido contido, sofrido sem compromisso acaba em ferida briga, vendaval Amor de jornal notícia importante dura um instante no dia seguinte perde seu propósito original Amor amigo sensível, conforto, abrigo  dura toda uma vida não se contamina sentimento natural perto ou longe é sempre leal Amor verdadeiro não é perfeito aceita defeitos é barco pesqueiro em alto mar é som de berrante anuncia, orienta se ouve a distância não há como negar não fingi não inventa não brinca de amar. Por : Maria de Fátima Méres de Morais

BELEZA

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O que é o Belo se não um castelo uma fortaleza que prende sem grade seduz seus prisioneiros dominados nem sentem sua tortura cruel O Belo tem gosto de mel aguça os instintos delírios, fascínios surpreende, assusta engana, amordaça o pensamento O Belo é constrangimento medo, ressentimento suposição, exaltação apelo sincero O belo é tudo que quero assim atribuir significar cheiro de pão pular no colchão par de sapato carinho de gato fim de semana lembranças sabores favores fragrância de flores O Belo é mistura de cores arte, plumagem vaidade, viagem paisagem O Belo é coragem escolhas, labirintos ouvir sua alma dormir leve e calma um beijo desejo O Belo é segredo elo, espelho, mistério que não se leva a sério é armadilha, loucura mimo ou travessura do olhar. Por: Maria de Fátima Méres de Morais

PLANETA AZUL

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O nosso incrível planeta azul é um misto de coisas juntinhas, bem ligadas no Universo difícil de se avistar São tantas riquezas belezas raras escondidas num ponto pequeno, singelo é o nosso lar criança sorrindo flor se abrindo noite caindo lua subindo refletindo no mar colo de mãe aperto de mão namoro no portão comida no fogão sombra de mangueira cheiro de cachoeira troca de olhar orvalho no campo inverno chegando passarinhos voando abelhas trabalhando revoada de andorinha formigas no pomar banho no lago chuva no mato som de baleias peixes golfinhos filhotes nascendo e outros aprendendo a nadar nuvens mudando a cor do céu estrelas, constelações sem véu desertos camelos insetos caminhos incertos ventanias de areia caravanas a passar sol de verão brado de leão poeira de elefantes mico-estrela girafas tigre leoas rinocerontes tribos distantes árvores gigantes histórias de navegantes Por: Maria de Fátima Méres de Morais

CRIANÇAS

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Criança é linda menino, menina sorriso, inspiração alegria, emoção. Criança é vida contidas, falantes arredias, vibrantes aquecem o coração. Criança é amiga conforto, carinho mil beijos compaixão. Criança é meiga leveza, certeza de quem ama sem condição. Criança é segredo caprichos, cochichos calmaria explosão. Criança é esperteza, pureza fantasia, brincadeira birra, briga perdão. Criança é verdade sinceridade, coragem criatividade, honestidade paixão. Crianças são muitas iguais, diferentes bondosas, raivosas manhosas é sempre o nosso lado bom. Crianças são prantos cantos, contos sonhos histórias medo de bicho papão. Criança é esperança infância doces lembranças bondade o melhor da nossa humanidade é o mundo em nossas mãos. Por: Maria de Fátima Méres de Morais

DA VIDA

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É Vivendo que sem perceber esquecemos abandonamos desprezamos anulamos deixamos num canto paramos de usar Aos poucos vamos substituindo excluindo abortando renunciando partindo mesmo quando ficamos É preciso resgatar desamassar desreprimir trazer de volta buscar na alma o que já morreu o que se perdeu Acreditar reencantar enamorar apaixonar com as pequenas coisas rotineiras que carregam grandes valores ressuscitar os sabores amores olhares carinhos desejos apodrecidos nos rancores tudo que só lembramos quando nada sobrou quando o tempo levou. Por: Maria de Fátima Méres de Morais

UM RIO DE OLHAR

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Um dia menino sonhei ser um rio profundo, largo farto de peixes matando a sede do gado que boiadeiro levou A correnteza do rio pedra miúda lavou mulheres ribeirinhas muita história contou Nas regiões áridas sede e fome saciou abrigo de espécies raras no mar já desaguou Ao longo do curso por maus-tratos tornei-me escasso um fio de água prestes a secar Perdi meus encantos virei espanto acordei com um rio no olhar. Por: Maria de Fátima Méres de Morais

GIRAR

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Soube de repente que sou sobrevivente do mundo dentro do mundo da gente Ambíguo inconstante inverso submerso na poeira de submundos distantes O caos se aquieta flutua, espera anula a desordem reduz a história num simples pensar Com ares sutis palavras gentis traz tudo à tona agora gigante começa a girar Girar sem parar em torno de si em torno do mundo que segue sem se importar. Por: Maria de Fátima Méres de Morais

OBSERVAR

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Manhãs de Abril cobertas de pontinhos brilhantes cobrem o chão das ruas com folhas coloridas a todo instante Tardes de Maio mudam a cara da cidade com revoadas de andorinhas aproximam caminhos ampliam as sombras nas pracinhas nos campos, roseiras nos cafezais Noites de Junho são quase um poema contado pelas estrelas que dividem o céu com balões de papel imensas fogueiras cheiros doces ramos de bananeira brincadeiras bandeirinhas nos quintais Por: Maria de Fátima Méres de Morais

TECIDOS

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Entrelaçando fios e pontos eu teço um forro um gorro um manto a vida encontros e desencontros Fio a fio ponto a ponto sou eu quem conto a trama do meu destino tecendo desatinos verdades mentiras conquistas enganos errando, desmanchando, recomeçando Fios pratas dourados coloridos preto branco Fios que passam por outras vidas Tecendo desde menina em busca do ponto que termina. Por: Maria de Fátima Méres de Morais

ATINOS

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Perdida, ferida no meio da vida Doente Esquecida na lama do medo nas sobras da ilusão nos restos de paixão Tocou-me sem jeito tocou sem querer tocou só com olhar amigo ou amante demonstrou respeito buscando conquistar Voltei a ser criança Pensando ser Rainha sem suspeitar aproveitei pra sonhar Tocar os teus lábios Sentir teu abraço Limpar minhas dores Coberta de amores Esquecer os horrores Amar e amar Foi repentino e como menina não questionei quando acordei de novo sozinha cheirando a saudade sem pão sem abrigo na alma uma opção: viver de perdão. Por: Maria de Fátima Méres de Morais

ANÚNCIO

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Precisa-se de um namorado Não muito pobre Não muito rico Romântico, gentil, carinhoso Estatura mediana Sorriso comprido Pureza no olhar que saiba beijar Abraço constante Sensível Amigo Compreensível Respeitador Cantor, poeta, atleta será um diferencial não é essencial  Parceiro nas tarefas Conversa sem pressa Que durma juntinho Que faça surpresa nas datas especiais Conselheiro Paciente Prudente Ouvinte Que sabe perdoar Um namorado à moda antiga Que sabe amar. Por: Maria de Fátima Méres de Morais

MENINA

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Vê a vida tão distante espremida no portão Vê no céu tantas estrelas e nenhuma em suas mãos Vê o sonho em retalhos recortes de paixão Vê, menina pensativa uma lágrima no olhar dia a dia vendo o tempo passar Vem menina sai da trilha das ruas e avenidas Vem caminhar nos atalhos pés descalços nos cascalhos Vem se arriscar Vem que o mundo todo mundo te espera prá dançar Vem pular sem paraquedas corpo solto no ar Vem ouvir o som das areias mudando de lugar Cantar com as baleias em alto mar Vem colher o fruto das parreiras comer mel de  laranjeira plantar roseiras, abre campo, dente de leão sorri prá vida molhada da chuva de verão. Por: Maria de Fátima Méres de Morais

DANÇA PARA UM OLHAR

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Seus olhos nos meus olhos é como uma sinfonia daquelas que não se sabe  se vai acabar  ou começar é sopro é vento sorriso, encanto O sangue correndo como bailarina no ápice de sua apresentação com mil piruetas cabriloe, assemble, jeté O coração em Balotté já não sabe o que fazer Termina o primeiro ato com um toque suave medos, fardos pensamento em Balloné corpo Batterie Brisé, Brisé volé, Changement, Chasse Écarté, Temps levé Perdi o compasso não sei em que ato estou Tombée assim termina o que não começou. Por: Maria de Fátima Méres de Morais